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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Páscoa: a pessoa e a ressurreição de Cristo!

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Neste próximo Domingo iremos nos reunir como o povo do Rei ressurreto que se agrada em louvá-Lo e iremos celebrar a vitória triunfante do Rei Jesus, que morreu pelos nossos pecados, de acordo com as Escrituras, que foi sepultado e de lá saiu três dias depois, triunfante e vitorioso sobre o pecado e a morte.

Mas o volume da nossa adoração não supera a profundidade da nossa teologia. A grandeza do nosso louvor a Cristo será proporcional a quão profundamente o nosso entendimento de Sua pessoa e obra gloriosa está enraizado no rico solo da Palavra de Deus. Nossa adoração a Cristo pela ressurreição não irá além do nosso entendimento da ressurreição.

Assim, para incentivar nossa adoração pelo Senhor Jesus Cristo ressurreto enquanto esperamos pelo Domingo da Ressurreição, eu quero refletir no significado bíblico e teológico da ressurreição de Cristo, em particular nas implicações da ressurreição corporal do nosso Senhor.

O Último Adão

Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1 Coríntios 15.20-22)
Quando Paulo diz “a morte veio por um homem”, ele está se referindo a Adão no Jardim do Éden. Deus deu a Adão e Eva o fruto de todas as árvores do Jardim para comer, mas os proibiu de comer de uma árvore específica. Ele disse “no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.17). E, é claro, a serpente enganou Eva, ela comeu do fruto e o deu a Adão e, assim como Deus prometeu, naquele momento a morte entrou na criação de Deus por conta do pecado humano.

E a Bíblia ensina que, de uma forma misteriosa, mas real, toda a humanidade foi unida a Adão em sua desobediência de tal forma que quando ele pecou, nós pecamos. E, a partir desse momento, todo membro da raça humana nasce espiritualmente morto, e iremos sucumbir à realidade física da morte. Romanos 5.12 diz “Portanto, assim como por um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”.

Mas assim como “a morte veio por um homem”, da mesma maneira Paulo diz que “também por um homem veio a ressurreição dos mortos”. No meio da maldição da serpente, do homem, da mulher e de toda a criação, Deus faz uma graciosa promessa de que Ele mesmo irá enviar a semente da mulher para destruir a obra do diabo e desfazer o dano decorrido do pecado do homem. E quando Cristo deixou o túmulo naquela manhã de Domingo, Ele demonstrou que Ele é a semente prometida, pois derrotou o pecado e a morte. E, é claro, as Boas Novas do Evangelho são que todos aqueles que crerem n'Ele irão vencer a morte e partilhar de Sua ressurreição.

O pecado do primeiro Adão no jardim trouxe morte a todos os que estavam nele, isso é, a raça humana inteira. Mas a vida, morte e ressurreição do segundo Adão traz a ressurreição dos mortos a todos os que estão n'Ele, por meio de arrependimento e fé.

Assim, a ressurreição identifica Jesus como o último Adão, o grande progenitor de uma nova humanidade.

O Filho de Davi, Messias de Israel

Em segundo lugar, a ressurreição identifica Jesus como o Filho prometido de Davi, o Messias de Israel.

No sermão de Pedro no Dia de Pentecostes, ele cita três Salmos de Davi para mostrar que o Cristo ressurreto é o cumprimento das promessas de Deus a Davi. Em Atos 2.25, Pedro cita o Salmo 16.10, onde Davi declara confiantemente que Deus não irá abandonar sua alma no Hades, nem irá permitir que Seu Santo veja corrupção. No verso 29, Pedro diz “Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje”. Em outras palavras, Davi viu a corrupção, então como pode ser verdade o que ele escreveu no Salmo 16? Ele fala no verso 20, citando o Salmo 132.11, “Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, prevendo isso, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção”. E no verso 34, “Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara”, no Salmo 110.1, “Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés.

O argumento de Pedro é que Davi não estava falando de si mesmo quando falou do Senhor não deixar Seu Santo ver corrupção. Como ele sabia que Deus havia prometido colocar um de seus descendentes em seu trono, e como ele sabia que esse descendente seria o próprio Deus – é por isso que ele pode chamá-lo de “Senhor” no Salmo 110.1 – ele estava escrevendo essas coisas sobre a ressurreição do Messias! Assim, a conclusão de Pedro é “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (v. 36).

Assim, quando Jesus deixou o túmulo, Deus estava dando provas certas de que Jesus era o Filho de Davi prometido – de que Jesus era o Messias e Salvador esperado por Israel.

Cumprimento do Pacto

Ao identificar Jesus como o Filho de Davi prometido, a ressurreição também o identifica como aquele em quem todas as promessas pactuais de Deus encontrariam seu cumprimento.

Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus” (Atos 13.32-33).

Paulo prossegue e cita o Salmo 2.7, Isaías 55.3 e o Salmo 16.10, demonstrando, assim como Pedro tinha feito em Atos 2, que Jesus era o cumprimento da promessa a Davi.

Mas em Atos 13.22-33, Paulo diz que a ressurreição não é meramente o cumprimento do pacto com Davi, mas o cumprimento da promessa que Deus fez a nossos pais. Esses pais são os patriarcas de Israel – Abraão, Isaque, Jacó e José. Paulo está dizendo que a ressurreição é prova de que Jesus é o cumprimento da promessa feita a Abraão também – de que em sua semente todas as nações da terra seriam abençoadas (Gênesis 22.18). Em Gálatas 3.8, Paulo ensina que essas bênçãos universais tem seu cumprimento no Evangelho da justificação pela graça somente.

E em Atos 13.38, Paulo chega ao clímax de seu sermão quando diz “Tomai, pois”, isso é, com base do fato de que Deus ressuscitou Jesus dos mortos, “pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste; e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés”. Porque Jesus ressuscitou dos mortos, a remissão de pecados está disponível a todos os que creem em no Filho ressurreto de Davi. Assim, todas as famílias da terra são abençoadas na semente de Abraão.

Assim, a ressurreição identifica Jesus como o segundo e último Adão, semente da mulher (Gênesis 3.15, 1 Coríntios 15.22, 45), o Filho de Davi (2 Samuel 7.12-16, Mateus 1.1) e a semente de Abraão (Gênesis 22.18, Gálatas 3.16).

Confirmação do Testemunho de Jesus

Durante seu ministério terreno, Jesus fez uma série de afirmações estupendas e surpreendentes acerca de si mesmo. Considere algumas delas:

  • João 5.18 – Jesus “dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. Em outra ocasião ele surpreende ao dizer coisas como “Eu e o Pai somos um” (João 10.30) e “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14.9).
  • João 5.21, 26 – “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer”. E no verso 26 ele diz, de forma similar, “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo”.
  • João 5.22, 27 – Ele declara ele mesmo ser o justo Juiz de todas as pessoas e todas as coisas: “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento”.
  • João 5.23 – Ele diz que todos devem honrar o Filho da mesma forma que honram o Pai! Ele está ordenando que todos o adorem, assim como você adoraria Deus! E diz que, se você não o adora como Deus, você desonra o Pai! Assim, você não pode adorar o Pai sem adorar o Filho! Em João 14.6, Ele diz: “ninguém vem ao Pai senão por mim”.
  • João 5.24 – Ele diz “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida”. Crer ou não crer n'Ele determina seu destino eterno!

Essas eram afirmações ultrajantes para fazer a respeito de si mesmo! Pessoas que dizem esse tipo de coisa nunca poderiam ser chamadas de “bom mestre” ou “exemplo de moral”. Afirmar essas coisas sobre si mesmo é, no mínimo, loucura e, no máximo, blasfêmia.

Então ele eleva o nível. Ele afirma que iria ressuscitar dos mortos.

Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios; hão de escarnece-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias, ressuscitará” (Marcos 10.33-34).

E não apenas isso! Ele também disse que Ele mesmo iria ressuscitá-lo do túmulo! Em João 10.18 ele diz “Ninguém a tira [Sua vida] de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai”.

Essa afirmação ganha de todas. Todas as outras – afirmar ser igual a Deus, ser o justo Juiz de todos, ordenar ser adorado como o Pai é adorado, afirmar ser o único caminho ao Pai – poderiam apenas ser a retórica de um enganador ou um louco. Mas essa afirmação dele que Ele seria morto e iria ressuscitar a si mesmo dos mortos após três dias – isso era verificável. Ele poderia ter afirmado todas as outras coisas e ninguém poderia saber se eram verdade ou não. Mas as pessoas poderiam verificar se ele iria ou não ressuscitar dos mortos. E o ponto é: se ele podia cumprir essa afirmação, não haveria nenhuma boa razão para rejeitar as outras afirmações feitas. Se Jesus ressuscitou dos mortos, então Ele é quem Ele diz que é, e você lhe deve obediência. A ressurreição demanda obediência.

Se você está lendo isso e tem um compromisso exterior com o Cristianismo – você se diz um cristão, vai a igreja de vez em quando (no Natal, na Páscoa), cresceu na igreja e até lê a Bíblia vez ou outra – mas está evidente que você é o senhor da sua vida. Você estabelece a agenda da sua vida, e quando seguir a Cristo começa a requerer a forma com que você gasta seu tempo e dinheiro, como você trata seu cônjuge e sua família, com quais coisas você se entretém – bem, então todas aquelas coisas sobre “Jesus” são apenas um monte de bobagem para fanáticos religiosos. Mas o túmulo vazio simplesmente não permite seguidores casuais de Jesus. Ele ressuscitou dos mortos ou não?

De fato Ele ressuscitou. E porque ele vive, isso significa que Ele é o Senhor, Ele é Deus, Ele é o Juiz e Sua Palavra é a Verdade! A ressurreição abrange todos os aspectos da sua vida. E se você não está vivendo para Ele, se você ainda se apega ao seu pecado, eu o convido a, nesta Páscoa, confessar que, apesar do que você diz sobre si mesmo, você nunca realmente creu em Cristo como seu Salvador e Senhor e a olhar para o Salvador com os olhos da fé, se arrepender de seus pecados e experimentar a vida ressurreta que vem de estar unido a Ele.

***
Autor: Mike Riccardi
Fonte: Bereianos

Tradução: Filipe Schulz

sábado, 28 de janeiro de 2017

Cristo vive em você?


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“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim... - Gálatas 2:20

O tema da santificação é, talvez, um dos menos polêmicos entre cristãos. É consenso que o cristão deve santificar-se, embora alguns possam migrar para o extremo de, inconscientemente, adotar a santificação como ferramenta de justificação diante de Deus. Mas nós sabemos que a justificação ocorre em um momento pontual da conversão, fruto de uma ação externa e sem qualquer participação do crente. A santificação é, então, um tipo de complemento a esse processo, mas não determinante para a salvação. Não é uma causa da conversão, mas uma consequência, com efetiva participação do cristão, sem a qual não se verá ao Senhor (Hb 12:14).

Não raro, em alguns círculos reformados, qualquer alusão à temática traz em sua sombra os vestígios das exacerbações dos usos e costumes de comunidades pentecostais. Alguém fala em santificação e o alarme de regras dispara na cabeça do crente: “mas é pela graça, não por obras”. Sim, a salvação é pela graça, mas quando se fala em santificação, ao menos idealmente, não se está discutindo a salvação, mas a prática cristã diária. Não se trata de como você começou sua jornada, mas de como você está agora e irá terminar, se é que você se vê como peregrino neste mundo.

Se por um lado as obras da fé foram alçadas por certos grupos evangélicos e católicos a um patamar elevado até o nível da fé salvífica, por outro acabaram sendo desvalorizadas pelos mais radicais advogados da salvação pela graça. Talvez por esse motivo a providência divina tenha feito Tiago entrar no Cânone. Entre esses dois extremos existe a fé que é seguida pelas obras, de modo que uma sem a outra é morta (Tg 2:26).

A santificação está intimamente ligada às obras. Um cristão que não experimenta a santificação terá enorme dificuldade em praticar boas obras. Na verdade, eu diria que esse cristão não existe! Não é possível que um cristão não se santifique, assim como não é possível que uma árvore boa dê frutos ruins continuamente (Mt 7:17). Não é que a fé dependa das obras para operar a salvação, mas se trata de não ser possível que haja uma fé salvífica que não opere boas obras (Tg 2:26), assim como uma fonte doce não pode deitar água amargosa (Tg 3:11).

A prática das boas obras é um reflexo do processo de santificação. Um cristão que pratica obras sem santificar-se estará fazendo qualquer coisa que não uma “boa obra”, porque a santificação exige separação ao Senhor, assim como uma obra só será boa se ao Senhor ela for dedicada. Não faltam ateus praticando atos altruístas. Mas, para Deus, estas atitudes não possuem o valor espiritual que têm aquelas que resultam da fé, porque não se trata do que é feito, mas da motivação do coração, isto é, da consagração a Deus.

Contudo, o santificar-se, o separar-se para Deus, só é possível de uma única forma: Cristo habitando no crente, o que, por sua vez, só pode ocorrer se o crente morrer para si. Como consta no texto de Gálatas 2:20, Cristo só pode viver em você se o seu “eu” estiver morto. Não se trata de algum tipo de possessão, mas de uma metáfora bíblica para mostrar que ou você é como Cristo ou você não é convertido. Não há meio termo, assim como não há morno aceitável. Ou você é frio ou quente. Se você é morno será vomitado (Ap 3:15-16), e melhor lhe seria que fosse frio! Não pode o velho e o novo homem coexistirem na mesma pessoa. Não há espaço para concessão no Evangelho. Quem com Cristo não ajunta, espalha. Se Cristo, por meio do Espírito Santo, habita no crente, então não se espera menos de um crente que atos que reflitam a nova pessoa que ele é, ainda que em meio a tropeços e deslizes.

O fato é que não faltam crentes vivendo como se não fossem templos do Espírito Santo. Agem como se seguissem algum código de ética descrito em um manual de bons modos do Clube Dominical. Evitam vícios famigerados, usam roupas recatadas, filtram palavras de baixo calão e mantém um hábito primoroso de frequência às reuniões da igreja, mas seus corações são mornos e sua graça é seletiva. As disciplinas espirituais até podem estar presentes, mas são mais notáveis quando em público. São apegados ao dinheiro e tudo mais de material, consumistas vaidosos, despreocupados com a pregação do evangelho e esvaziados de amor.

Não quero, aqui, parecer um juiz carrasco e mesquinho que olha de cima do seu muro a sujeira do vizinho enquanto seu quintal está um caos. Sim, eu bem lembro que Jesus advertiu sobre o argueiro no olho. Mas, muito embora eu aqui tenha elencado algumas práticas nefastas que subjazem sob a aparência de religiosidade, o que importa, realmente, é saber se vemos o Espírito de Cristo naqueles que o professam. Importa saber se vemos a retidão em amor e integridade naqueles que se dizem seguidores de Jesus. O Salmo 15 é um bom guia prático.

O aspecto preocupante não é que o cristão peque. Isso é normal e esperado. O que me inquieta é a displicência com que o processo de santificação é encarado, e por consequência a compreensão da necessidade de arrependimento diário. Se Cristo vive em mim, quão grande responsabilidade pesa sobre minha cerviz. Não se trata do peso do serviço em si, pois o serviço a Cristo feito em amor resultará em um fardo leve, mas da responsabilidade pelo nome que levamos e pela missão que recebemos.

A nós é dito que somos o sal do mundo e a luz nas trevas. Ser converso não implica em nada menos do que iluminar o ambiente que nos cerca, refletindo a luz de Cristo que há em nós. Se já não sou eu que vivo, então meus anseios de autorrealização e sonhos de consumo se tornam secundários diante da primazia do reino de Deus em minha vida. Não é possível, logo, viver para Cristo se não matarmos nosso homem interior, o que implica renúncia e abnegação.

Sim, é pela graça que somos salvos, e é pela graça que nos santificamos e fazemos qualquer boa obra, mas de modo algum a graça de Deus em minha vida anula a responsabilidade que tenho de a cada dia fazer morrer meu “eu” e deixar que Cristo viva em mim.

Autor: Renato César
Extraído de: https://bereianos.blogspot.com.br/2017/01/cristo-vive-em-voce.html

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Você tem certeza que permanecerá firme na fé amanhã?

VoceTemCerteza

Cristão, como você sabe que você será um crente quando você acordar de manhã? E cada manhã até você encontrar Jesus?
A resposta bíblica é: Deus vai cuidar disso.
Você está satisfeito com isso? Isso faz você ficar apreensivo ao admitir que depende decisivamente de Deus? Espero que isso seja sua alegria e canção. Crer assim tem grandes implicações. Deixe a palavra moldar a sua mente nisso.

Devemos perseverar na fé para entrar no paraíso.

A palavra “devemos” em si mesma não é uma palavra evangélica. Em si mesma, dá a sensação de ameaça e peso. Mas não está por si mesma na Bíblia. “Devemos” ocorre junto de “ele vai” e “nós vamos”. “Nós devemos” se torna “nós vamos” porque “Deus vai”.
• “Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.” (Marcos 13:13). Nós devemos perseverar.
• “Se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará;” (2 Timóteo 2:12).
• “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho …por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra … a menos que tenhais crido em vão.” (1 Coríntios 15:1-2).

Deus vai cuidar disso.

A perseverança na fé não é devida a nossa primeira profissão de fé como a saúde é devida a uma vacina apenas. A perseverança na fé ocorre porque o grande médico faz o seu trabalho de sustentação todos os dias. Continuamos crendo em Cristo não por causa dos anticorpos deixados na conversão, mas porque Deus faz sua obra de dar a vida e preservar a fé todos os dias.
• “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória,” (Judas 1:24).
• “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6).
• “Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” (Jeremias 32:40).
• “(Cristo) também vos confirmará até ao fim… Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.” (1 Coríntios 1:8-9).
• “O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial” (2 Timóteo 4:18).

Nós vamos perseverar na fé.

Porque Deus vai cuidar disso, nós vamos — não apenas devemos — perseverar até o fim. Se fomos justificados pela fé, nós seremos glorificados. É tão certo quanto garantido.
“E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8:30).

Quatro “R’s” derivam dessa segurança.

Renúncia
Nós renunciamos o peso da auto-preservação. Nós paramos de nos agitar e deixamos o bombeiro valente nos carregar para fora casa que está queimando. Nós não conseguimos sair. Ele consegue. Ele vai. “Eu sei, ó SENHOR, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos.” (Jeremias 10:23).
Regozijo
Não ecoa o seu coração a alegria de Charles Spurgeon quando ele disse: “Oh querido amigos, o coração de alguém se regozija em pensar naqueles potentesdeveres e afazeres — aqueles pilares inflexíveis que a morte e o inferno não podem abalar — os deveres e afazeres de um Deus” (The Metropolitan Tabernacle Pulpit Sermons, Vol. IX (364)? “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (1 Tessalonicenses 5:24).
Repouso
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11:28). O jugo é suave e a carga é leve porque Deus diz: Eu vou te carregar e você vai repousar em mim. “Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei.” (Isaías 46:4).
Risco
Se você sabe que o seu futuro é seguro pelo seu onipotente e fiel Deus, as ameaças da terra e do inferno não podem evitar que você propague Sua Fama. A inferência que Paulo extraiu de “aos que justificou, a esses também glorificou” foi “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8:31). Portanto, vamos correr o risco de “tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada” (Romanos 8:35). Porque nada pode nos separar do amor de Deus, que está em Cristo (Romanos 8:39).


Por: John Piper. © 2013 Desiring God. Original: Você Continuará Crente Amanhã De Manhã?.
Extraído de: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/08/voce-tem-certeza-que-permanecera-firme-na-fe-amanha/

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O encontro menos frequentado da igreja


http://kdfrases.com/frases-imagens/frase-em-geral-jamais-veremos-muita-melhoria-em-nossas-igrejas-enquanto-a-reuniao-de-oracao-nao-charles-haddon-spurgeon-122060.jpgNoite passada tivemos um agradável momento de cânticos e oração juntos como igreja – antes de lanchar. Fazemos isso uma vez por mês na New Covenant. Este encontro funciona como uma reunião de oração mensal. Os outros momentos de oração na vida de nossa igreja são no culto matutino e durante nossos pequenos grupos semanais/quinzenais. Quase sempre nossa reunião mensal de oração tem boa frequência. Suspeito que seja, pelo menos em parte, porque temos lanche. Entretanto, é uma triste realidade da igreja ocidental que a reunião de oração seja “o encontro menos frequentado da igreja”. Eu experimentei essa triste realidade em primeira mão como membro de uma igreja de mais de 1000 pessoas onde 9 a 10 pessoas apareciam para a reunião semanal de oração. Não demorou para perceber que a falta de oração é um dos principais pecados e sintomas de uma igreja anêmica. Eu lutei contra este pecado em meu próprio coração, em minha própria vida. O resultado final de uma igreja que não ora é que ela se torna, inevitavelmente, uma igreja sem poder.
Deus ordenou as coisas em sua igreja de tal forma que oração é um dos principais meios pelos quais ele dá ao seu povo poder espiritual e vitalidade para o avanço de seu Reino por meio da pregação do evangelho e das obras de amor e misericórdia. Por que, então, a igreja ocidental falha tão miseravelmente em vir ao trono da graça para receber a graça e misericórdia necessárias semanalmente e diariamente (Hebreus 4.16)? Eu sugiro quatro razões a seguir:
  • A Igreja Ocidental é Rica Demais. Da mesma forma que no casamento, o dinheiro pode esconder deficiências e defeitos na igreja. Se o dinheiro não estivesse lá, nós veríamos exatamente como as coisas são. Ter dinheiro e recursos o suficiente pode manter igrejas e ministérios funcionando por muito tempo. Ser capaz de construir prédios grandes o suficiente, ter uma equipe boa o suficiente e pagar um homem que consegue pregar de maneira suficientemente habilidosa pode mandar uma mensagem sutil de que tudo está em perfeita saúde. Uma das situações mais perigosas para uma igreja é estar em uma posição de prosperidade material. Não é um pecado uma igreja ter grandes construções, uma equipe robusta e pastor(es) talentoso(s) – mas é cheio de perigos. Se isso é verdade na igreja ocidental, então precisamos enfatizar quão importante a reunião de oração é para a vida da igreja local de que fazemos parte.
  • A Igreja Ocidental é Ambiciosa Demais. Oração é, de uma forma bem real, um afastar-se das ocupações da vida e curvar-se diante de Deus o Pai e aos pés do Senhor Jesus Cristo. É a cessação do trabalho e a entrada na presença do vivo e verdadeiro Deus com o objetivo de pedir que ele “trabalhe para nós” (Isaías 64.4). Vivemos em uma cultura de produção incessante. Muitas das igrejas em nossa cultura são movidas pela busca de mais. O resultado de tal cultura é que a igreja é infectada pela inquietação. Outro evento missionário, outra produção musical, outro culto especial ou projeto de serviço toma o assento do motorista enquanto nós expulsamos a reunião de oração para fora do carro. Precisamos colocar a reunião de oração no banco do carona, ao lado do culto.
  • A Igreja Ocidental é Frenética Demais. Vivemos, indiscutivelmente, na época mais ativa da história humana. Quando há centenas de eventos ocorrendo simultaneamente, crentes professos frequentemente cedem à pressão social de estar no próximo evento social em suas comunidades em vez de estar com o povo de Deus em adoração e oração. A reunião de oração é um glorioso corretivo a esta cultura frenética ao nosso redor. A reunião de oração ajuda a aquietar nossas mentes à medida que dirigimos nossos pensamentos e orações ao Deus do céu. Afinal ele prometeu conservar em perfeita paz aquele que confia nele (Isaías 26.3).
  • A Igreja Ocidental é Terrena Demais. O fascínio da cultura frenética geralmente é impulsionado pelo fato de que membros da igreja ocidental são frequentemente muito terrenos. Há uma grave falta de mentalidade celestial em nossas vidas. Aqueles que têm uma mentalidade celestial anelam estar com o povo de Deus quando se reúnem para estar na presença de Deus. Eles reconhecem que este mundo está passando e os eventos da cultura ao seu redor são insignificantes em comparação com a relevância eterna da adoração e oração ao Deus eterno que é nosso eterno lar. Eles estão se dirigindo determinadamente a Sião com cânticos e orações acompanhando sua peregrinação. Como diz o ditado, precisamos ter uma mentalidade tão celestial que finalmente possamos ter alguma utilidade terrena. Mentalidade celestial é fomentada e se manifesta, primária e principalmente, na adoração e na reunião de oração.
Muito mais poderia ser dito sobre esse assunto, mas eu gostaria apenas de fazer um apelo a quem estiver lendo: não negligencie a reunião de oração. Faça questão de reconhecer que temos um enorme privilégio e responsabilidade em nos reunirmos como povo de Deus para invocar o Deus de toda a graça para pedirmos o poder que precisamos para participar com ele do avanço de seu Reino por meio do ministério da Palavra, oração e adoração. Nós temos um Deus no céu que nos deu o privilégio ímpar de “lançar sobre ele as nossas necessidades” sabendo que “ele cuida de nós”. Que ele dê à sua igreja – especialmente a ocidental – a graça de entrar neste precioso meio de graça para a sua glória, nossa frutificação e o avanço de seu Reino.

Escrito por Nicholas T. Batzig.
Traduzido por Daniel TC e extraído de: http://reforma21.org/artigos/o-encontro-menos-frequentado-da-igreja.html

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