Não poucos cristãos ficam alarmados diante das tragédias dos nossos
dias. Quer estejamos falando de catástrofes naturais, como o tsunami, ou
de decadência moral, como a legalização do “casamento” homossexual,
tais acontecimentos são vistos pelo povo de Deus como “sinais dos
tempos”, como uma prova de que o fim do mundo está próximo. Tais
cristãos, como diria o falecido Greg Bahnsen, fazem exegese de jornal,
em vez de exegese das Escrituras, a única fonte segura acerca do futuro
da humanidade.
Não sabemos quando Jesus voltará. Tragédias como essas e outras bem
piores já aconteceram ao longo da história da humanidade, e foram
superadas, com a graça a Deus. O nazismo é um dos mais claros exemplos.
Muitos achavam que Hitler era o próprio anti-cristo e que Jesus voltaria
naquela geração. Pessoas que vaticinaram isso trouxeram vergonha ao
nome de Deus, e ao seu Evangelho. Anunciaram uma mentira, em vez da
verdade revelada por Deus nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento.
Ora, não somos chamados a prever a proximidade da vinda do Senhor.
Aliás, tal empreendimento é um exercício em futilidade, pois é
impossível saber tal coisa, visto que os anjos não o sabem, e nem mesmo o
Filho (o maior profeta que já pisou nesta terra) segundo a sua
humanidade (Mt 24.36). Somos chamados a viver fielmente, proclamando as
boas novas do Evangelho a uma geração perversa, quer experimentemos
perseguição ou tempos de refrigério e tranquilidade.
Provavelmente Jesus não voltará em sua geração, leitor. Essa é e será
a realidade para a vasta maioria dos cristãos em toda a história da
redenção. Durante quase 2000 anos, milhares e milhares de cristãos têm
experimentado a morte (por perseguição, enfermidades ou velhice), sem
que Jesus tenha voltado. Contudo, mesmo que Jesus não volte na sua
geração (a menos que você esteja lendo esta postagem algumas décadas ou
séculos após 2015), não há motivo para tristeza e muito menos desespero.
Como disse Moisés, a nossa vida cedo se corta e voamos; chegamos com
muita dificuldade aos oitenta anos, e o melhor então é canseira e enfado
(Salmo 90). Mas quando chegar o nosso dia de deixar esta terra de
sombras, partiremos e estaremos com o Senhor (Filipenses 1.21-23). Em
outras palavras, embora a Segunda Vinda de Cristo possa demorar ainda
séculos ou mesmo milênios, a maioria dos cristãos esperará no máximo 80
ou 100 anos para se encontrar pessoalmente com Cristo. Assim, em vez de
alarmismo e previsões tolas acerca do fim do mundo, que só envergonham o
Evangelho, precisamos ser confortados e encorajados com essa verdade.
Abandonemos a teologia “The Doors” em favor de uma postura bíblica
diante dos acontecimentos ao nosso redor. Deus não nos deu uma sequência
exata dos eventos que precederão o fim do mundo, mas nos deu a certeza
de que ele está no controle de todas as coisas. Não fomos chamados a
sermos videntes, mas a vivermos por fé, e não por vista (2 Coríntios
5.7).
Por: Felipe Sabino em http://www.monergismo.com/felipe/ainda-nao-e-o-fim/
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